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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Secretary - Capítulo 14


- Não sei por que eu me surpreendo com uma resposta como essa. - dei meia volta no carro, abrindo a porta e entrando, sem esperar uma reação da parte dele. Logo Joseph estava ao meu lado, sem dizer qualquer palavra. Enquanto ele dirigia e o mar ficava cada vez mais distante, deixei que minha mente fizesse uma espécie de filme de todos os acontecimentos das últimas semanas. Voltei a olhar pra ele, que estava com o olhar preso na estrada e as mãos fixas até demais no volante, mas sua expressão era vazia. Pensei em falar alguma coisa, mas ele percebeu minha agitação e virou o rosto por alguns segundos, me olhando. 

- Não vai perguntar mais nada? - disse simplesmente. 
- O que eu teria pra perguntar? - me fiz de indiferente, ainda com as palavras que ele havia dito na praia. Joseph sabia confundir minha cabeça. Não que eu achasse que ele sofria de algum transtorno bipolar, mas suas atitudes não eram nem de longe previsíveis, muito pelo contrário, cada dia eu me surpreendia mais com algo que ele falava ou fazia. Como ele mesmo havia falado, ele poderia ser o mar. Tendo seus momentos de fúria e calmaria, como se fossem duas pessoas completamente diferentes presas em apenas um corpo. 
- Vá em frente, eu sei que muitas coisas passam pela sua cabeça agora, Lovato. - ele sorriu brevemente, levantando uma sobrancelha, já se preparando pra pergunta que viria a seguir. E sim, eu estava curiosa, estava à procura de respostas para muitas coisas. 
- Por que a... - respirei, antes de dizer o nome. - A Margo disse aquilo, digo, de você ter estado em um tipo de clínica por causa do seu pai? - com certeza aquele não era o tipo de pergunta que ele responderia com um sorriso no rosto. 
- Porque é a verdade. - senti os pelos do meu braço se arrepiarem. - Ele achava que eu não batia muito bem da cabeça! - riu, apontando para a própria cabeça. - Mas como eu não apresentei comportamento ruim, os médicos de lá me soltaram logo. É uma história curta. 
- Seu pai te odiava? - ele ficou sério, quase tenso, mudando totalmente a expressão que segundos antes era divertida. 
- Eu prefiro pensar que ele era um homem com ausência de amor no coração... - seus olhos estavam concentrados na estrada escura, já com poucos carros devido ao horário. 
- Assim como você! - eu disse baixo, mas ele ouviu e apenas balançou a cabeça. 
- Muito engraçada você, Demetria... Mas acho que te prefiro quando está em silêncio, ou quem sabe... - ele me olhou, malicioso. - Gemendo! - ri irônica, devolvendo o mesmo olhar que o dele, satisfeita comigo mesma por estar lidando bem com aquilo e não demonstrando tanto minha insegurança. 
- Engraçado que eu não sou a única que geme. - olhei para minhas unhas, mordendo o lábio. Ele murmurou algo que eu não consegui identificar e virou uma esquina, acelerando um pouco o carro. O vento ainda era forte e batia nas árvores que estavam pelo local. 
- Me diga uma coisa - eu encarava minhas pernas, vendo pelo canto dos olhos que ele não havia movido um músculo. - Quando vai ser? 
- Não sei do que você fala. 
- Sabe sim, Jonas. - a imagem de Cam veio em minha mente, em um misto de lembranças. Desde os anos de colégio, quando eu não passava de uma garota revoltada por não ter quem eu queria e ele era o garoto popular da escola, que havia se recusado a ir ao baile comigo. Às vezes eu tinha a maldita vontade de ser adolescente de novo. Não consegui ir ao show da minha banda preferida ou levar o fora do cara que eu gostava, começaram a parecer problemas muito menores quando se estava do lado de um cara que queria matar alguém, um cara que, aparentemente, não se importava com ninguém. A verdade era que eu ainda esperava que aquilo fosse um pesadelo... Eu acordaria, jogaria água fria em meu rosto e iria para meu trabalho, vendo apenas o Joseph misterioso que eu tanto queria desvendar. 
Ah, se eu soubesse... 
- Nós estamos aqui ainda, não estamos? - percebi que ele havia parado o carro e nós já estávamos na frente do hotel. Abri a porta, deixando a fala dele sem retorno, mas ao virar meu pescoço para o lado, nossos olhares se encontraram e eu senti aquele embrulho no estômago que já me acompanhava há algum tempo. 

Joseph's POV 

Saí da piscina, pegando a toalha que estava jogada no chão, dando uma breve secada em meu corpo. Avistei duas mulheres que tomavam sol do outro lado da piscina. Ambas me olharam, dando leves sorrisos. Que droga, Joseph, elas deveriam ser bem mais velhas que você! Ri sozinho, saindo do lugar, entrando no hotel sem me preocupar que estava molhando todo o chão. Depois de pegar o elevador e trocar de roupa em meu quarto, ignorando Demetria que estava sentada na cama, exatamente como permanecia nesses dois últimos, saí do quarto procurando por Jared, que logo atendeu meu chamado e se encontrou comigo, junto com Ian e James. Fui breve com eles, contando que a partir daquele momento as coisas mudariam, já que Lovato fez o favor de abrir a boca e contar o que eu pretendia fazer. Eu poderia matá-la... 
É, se eu conseguisse... 
- Vamos ter que mudar nossos planos! - eu disse, com os braços cruzados, percebendo que Jared havia ficado mudo e Ian apenas demonstrou estar bravo. James era meio que invisível, então nem reparei nele. Virei-me, vendo que uma das atendentes do saguão vinha em nossa direção, com uma expressão tensa. Ótimo, lá vinha bomba. Olhei sério para ela, esperando ouvir algo que com certeza me irritaria. 
- Senhor Jonas... - seu olhar foi de Ian, que estava no canto, até mim. - Tem uma pessoa que quer te ver! - uma visita... Dá última vez que eu havia ouvido aquilo, a pessoa se revelou alguém que eu realmente não queria ter encontrado de novo. Pra variar, a visitinha amigável dela havia terminado com uma mudança rápida de prédio alto para o chão. Pobre Margo, eu iria sentir falta dela... Na verdade, não ia não. 
- Quem, Kristen? 
- Ela se identificou como Elizabeth Wolfe, senhor... - arregalei meus olhos, dando um passo para trás e sentindo meu corpo se chocar com a parede, Jared, Ian e James me olharam confusos, junto com Kristen, que logo pediu licença e voltou ao seu trabalho. 
Não, não podia ser... Era só o que me faltava, era o que faltava para completar tudo. 
Fui até a entrada do hotel, torcendo para não dar de cara com o rosto que eu não havia mais visto desde alguns anos. Mas com uma pequena dose de azar, foi exatamente isso que aconteceu. Ela estava parada, segurando uma bolsa pequena - incrível como não havia perdido aquele hábito - e me olhando... Eu diria que feliz. 
- Meu filho... Quanto tempo! - mantive meu olhar congelado nela, não conseguindo abrir a boca para dizer nada. - Eu soube o que aconteceu, tive que vir correndo pra cá. - ela foi dando passos rápidos em minha direção. - Achei que poderia ter acontecido alguma coisa com você, Joe... - quando os braços dela se abriram, prontos para envolverem meu corpo, eu recuei pra trás, balançando a cabeça negativamente e começando uma risada cínica. - O que foi? 
- Ah, olha só... A preocupação de mãe em pessoa... - coloquei a mão no queixo, vendo ela me olhar triste. - Você poderia simplesmente parar de fingir que se importa, mamãe. Afinal, essa cara de mãe preocupada com o filho não combina mais com você. - dei meia volta, sentindo que ela segurou imediatamente meu braço. 
- Eu vim pra conversar com você, Joseph, eu sou sua mãe e querendo ou não você vai ter que me ouvir. - aquela expressão autoritária não surtia efeito nenhum sobre mim. 
- Qual é a parte que eu vou me sentir comovido? - ironizei, fingindo uma expressão triste. Ela bufou, mantendo o olhar sério. 
- Podemos ir conversar em algum lugar? - por mais que eu quisesse dizer não, preferi aceitar com um aceno de cabeça e passei na frente dela, indo na direção do meu carro. 
- Seu marido não veio com você, veio? - vi ela negar com a cabeça. - Porque se eu tiver que olhar para aquele rosto de novo... 
Joseph! - ela entrou no carro, me olhando feio. Francamente, depois de tanto tempo, como ela poderia achar que tinha algum direito sobre mim? 

Tomei meu café com indiferença, enquanto ela olhava ao redor, procurando palavras para começar algum diálogo que eu não estava com paciência de ouvir. 
- Eu não sou mais um menino, eu tenho coisas a fazer, então... - olhei significadamente. 
Ela colocou açúcar em seu chá e começou a mexê-lo nervosamente com a colher. 
- Você assumiu mesmo os negócios do seu pai? - que legal, ela começaria a falar sobre o assunto que menos me agradava. 
- Sim! - eu disse simplesmente, afastando a xícara vazia. 
- Eu sinto muito, meu filho, acredite... Eu sinto. - percebi que logo ela começaria a chorar e aquilo me provocou uma sensação ruim. Eu sabia que no fundo meu ser havia se sentido feliz por ter a visto de novo. Mas meu orgulho - naquele momento e sempre - era mais forte. 
- Depois de quinze anos você continua falando a mesma coisa... Será que não se cansa? - eu não acreditava que ela conseguia fazer aquela mesma cara e dizer aquela mesma frase todas as raras vezes que nós nos víamos. 
- Querido, eu... - respirei fundo, me levantando e olhando nos olhos dela. 
- Você não sabe o que aconteceu depois daquilo, você não sabe como tudo mudou... Você não sabe mais a pessoa que o seu filho é. - tirei com pressa algumas notas da minha carteira, jogando grosseiramente na mesa. - Suma da minha vida, como você sempre foi especialista em fazer. - abri a porta do café, batendo-a com força, lançando um último olhar para Elizabeth, que continha lágrimas nos olhos. 

/Joseph's POV 

Eu observava enquanto Jared e James tentavam jogar golfe, claro que nenhum dos dois parecia saber o que estava fazendo direito, o que me fez rir um pouco. Estranhei o fato de Ian não estar com eles, mas era melhor daquele jeito, eu não me sentia bem na presença daquele homem. Digo, com Joseph tinha horas que eu sentia medo, mas com ele a sensação era pior... 
- Hey, moça distraída! - Jared gritou, atraindo minha atenção. Ele falou algo pra James e veio correndo em minha direção, se sentando ao meu lado. - Eu vi você rindo de mim! - ele fingiu estar bravo, colocando uma das mãos em volta do meu ombro. Encolhi meu ombro, desfazendo rapidamente daquilo e levantando, olhando convencida pra ele. 
- Eu faria melhor! – coloquei as mãos na cintura e vi que ele me olhou de cima a baixo. James gritou por ele, propondo que começassem outra partida de golfe logo. 
- Não vou esquecer disso! – ele riu, correndo até onde estava antes. 
Balancei minha cabeça negativamente ainda rindo e decidi sair dali e voltar para o quarto. 
Depois de já estar há um tempo lá dentro, um barulho na porta atraiu minha atenção, andei vagarosamente até a mesma, pensando se deveria abrir ou não. Bom, Joseph não bateria, ele não se importaria com esse gesto de cavalheirismo. Contanto que não fosse alguém tentando me matar de novo, acho que estava tudo bem. 
Girei a maçaneta, abrindo a porta aos poucos e não acreditando em quem estava ali, como aquele ser conseguia ser tão... Imprevisível? 
Cam? - eu disse assustada, o vendo empurrar a porta e entrar no quarto sem ser convidado. Seus olhos eram intensos e ele lançou um olhar nada discreto para minhas pernas descobertas - O que faz aqui? O Joseph pode... Ele pode... - ele avançou em minha direção, me calando com um breve selinho. 
- Olá... - disse com uma voz suave, depositando outro selinho em meus lábios. - Eu precisava te ver... - outra olhada de cima a baixo. - E quando a recepcionista de um hotel é caidinha por você, fica fácil entrar no mesmo quando bem entende... 
- Acho melhor você ir embora. - me livrei dele, andando para o fundo do quarto, perto da cama. 
- Não! - ele balançou a cabeça, mordendo com força o lábio inferior. - Eu quero ver o quão excitante é fazer na cama do cara que quer me matar! - tive que olhar para o chão e refletir por cinco segundos, só assim consegui processar o que ele tinha acabado de falar. Ele bateu a porta atrás de si e mais uma vez a distância entre nós deixou de existir. Cam colocou suas mãos firmes em minha cintura, começando a beijar levemente meu pescoço, provocando arrepios por todo o meu corpo. 
Mas aquilo não poderia acontecer ali... 
Cameron, não! - eu disse, vendo ele levantar o rosto e olhar nos meus olhos. Eles eram suplicantes. - O Joseph pode chegar aqui a qualquer momento e... 
- Você acha mesmo que eu me importo com o Joseph? Que se dane! - ele me interrompeu, grudando mais uma vez seus lábios nos meus, mas dessa vez começando um beijo sedento. Sem pedir passagem, enfiou sua língua dentro da minha boca, fazendo com que minhas pernas ficassem bambas devido ao jeito que ele estava me segurando. Lutei por um tempo, mas como meus músculos não queriam colaborar, acabei cedendo e aprofundando o beijo, entrelaçando minhas mãos nos ombros fortes dele. 
Cam me empurrou pela cintura, fazendo com que eu caísse sentada em uma das laterais da cama, indo em minha direção. Fez com que eu me deitasse e se colocou sobre mim. Tomando cuidado para que todo o peso de seu corpo não me machucasse, começou outro beijo cheio de desejo e necessidade. Sua mão ágil alisou minha perna, puxando a saia que eu usava para cima. 
Foi apenas o tempo dos meus olhos se abrirem e aquele barulho de porta batendo tomar conta dos meus ouvidos... 
Meus olhos se chocaram com os de Joseph, por impulso empurrei o corpo de Cam para trás, fazendo com que ele caísse na cama do meu lado, talvez tão assustado quanto eu. 
- QUE PORRA É ESSA? - Joseph gritou, estático, parado na porta. - Alguém me diz que eu não tô vendo isso... - sem forças para levantar da cama, com medo do que ele poderia fazer, vi Cam se levantar, ajeitando a camisa e olhando sorridente para Joseph. - Por que o sorriso, Wolfe? - Jonas olhava de Cameron para mim. 
- Eu sei o que você quer! 
- Não, parem! - praticamente saltei da cama, me colocando no meio dos dois, mas Joseph foi mais rápido e me deixou pra atrás, se colocando a frente de Cameron. 
- Então, se sabe, é melhor se afastar. - eu já conseguia ver Joseph tirando uma arma de seu casaco preto, eu já conseguia ver o fim de tudo aquilo... 
- Eu não vou me esconder atrás de uma mulher... Assim como você está fazendo! - Cam riu, passando a mão em seu cabelo. - Que vergonha, Joe... E olha que eu achava que você era um homem de presença... - gritei au ouvir o barulho que a mão de Joseph provocou ao se chocar com o rosto de Wolfe, fazendo com que o mesmo cambaleasse, se segurando na cama para não cair. 
- Não diga o que você não sabe, imbecil. - Joseph disse, com um ódio evidente na voz. Cam, que agora estava com um pequeno sangramento um pouco abaixo do olho esquerdo, avançou em Joseph, revidando o soco. Assim que ele colocou a mão no rosto e fechou os olhos devido a dor, Cameron me olhou como se pedisse desculpas por algo. 
- Vocês dois... Parem! - empurrei Cam pelo ombro, ficando na frente dele. Joseph se recuperou rápido, caminhando em nossa direção. Parou, ficando a poucos milímetros de distância de mim, olhando nos meus olhos. Eu estava no meio dos dois. 
Demetria, saia da minha frente! - ele disse decidido, colocando a mão no bolso do casado. 
Não, eu não deixaria aquilo acontecer... Droga, e tudo que eu estava planejando pra tentar mudar a cabeça de Joseph? Não era possível que minhas chances haviam se esgotado. 
Encarei a arma, sentindo meu estômago dar uma volta completa. Apesar de não conseguir ver o rosto de Wolfe, eu praticamente conseguia sentir a tensão do seu corpo. Duas mãos foram colocadas em minha cintura e eu senti meu corpo ser empurrada para o lado, eu estava fora da briga e os dois cara a cara. 
- Atira logo, Joe! - Cam olhava firme nos olhos de Joseph, mas eu vi que sua mão tremia. - Acabe logo comigo, finalize seu planinho maléfico! - ele zombou. 
Vi um sorriso assustador surgir nos lábios de Jonas. 
- Você tem certeza que eu me escondo atrás de uma mulher, meu caro Wolfe? - ele brincava com a arma, fazendo-a ir de uma mão para a outra, com um dos dedos próximo do gatilho. Qualquer movimento poderia ser fatal. 
- Eu não tenho medo de você! - o peito de Cam subia e descia, freneticamente. - Anda, acabe com isso logo, porra! 
- Pra que a pressa? - Joseph olhou pra mim e eu só consegui devolver o olhar com nojo. 
- Pra que demorar mais, irmãozinho
Minha boca se abriu involuntariamente ao ouvir do que Joseph havia sido chamado. 

8 comentários:

  1. Meu Deus, o Joe e o Cameron são irmãos? ! Estou chocadaney

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  2. choque choque choque choque choque senhooor jesus, posta mais logo, desespero

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  3. Nova seguidora, é a primeira vez que entrei em seu blog e adoreiiii.
    Estou começando uma nova história, da uma passadinha lá depois...
    http://demiejoeforever.blogspot.com.br/2014/02/cap-tres.html
    E será que você poderia divulgar? Mt obrigada rsrsrsr

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  4. Nova seguidora <3
    Amei perfeito <3
    Posta logo.
    É vc que escreve essa fanfic?

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    1. Hein pode seguir e divulgar os meus blogs?
      http://amorquematajemi.blogspot.com.br/
      http://tudoqueeumaisqueroevoce.blogspot.com.br/

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  5. Mooooooça, como assim?! Porq vc parou ai? Como assim irmãos?? POSTAAAAAAAAA

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  6. Mooooooça, como assim?! Porq vc parou ai? Como assim irmãos?? POSTAAAAAAAAA

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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Sem comentario, sem fic ;-)