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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Secretary II - Capítulo 3


Intimidades



Em um movimento brusco, porém envolvente, ele virou meu corpo e ficamos frente a frente; narizes colados. Ficamos naquela posição por um tempo, sem soltar qualquer palavra ou fazer qualquer tipo de movimento. As mãos de Joseph seguraram as minhas, enquanto aquele mesmo vento que acompanhou Cameron, enquanto ele ia embora, fazia com que sentíssemos frio e a necessidade de grudar nossos corpos cada vez mais, como se ainda fosse possível. Ele afastou uma mecha de cabelo de minha bochecha e no mesmo instante meus olhos marejaram. Lutei, lutei por dentro para que aquilo fosse embora, para que se afastasse junto com aquela sensação ruim que não largava meu peito. Quando me dei conta, Joe já limpava a lágrima quente e me olhava com uma mistura de preocupação e paixão. 
- O que foi? Por que está chorando? - senti seus braços me envolverem de novo. 
- Estou feliz. - respondi com o mesmo grau de emoção de um robô e obriguei meus lábios a se abrirem em um sorriso que fingia ser sincero. Ele sorriu em seguida e olhou para os lados, sua expressão ficou marota e Joseph aproximou sua boca de meu ouvido. 
- Eu realmente acho que todos esses convidados vão saber aproveitar o fim da festa sem nós. - senti sua respiração quente e seu hálito de vinho bater contra meu pescoço. - Vamos embora daqui,Demi. Essa promete ser a noite mais longa das nossas vidas. 
- Promete mesmo? E eu posso saber o motivo? 
- Vou te explicar das maneiras que quiser senhora Jonas, mas antes precisamos sair daqui! 
Joseph me puxou pela mão, obrigando-me a caminhar até onde a festa ainda acontecia a todo o vapor. Levou tempo para conseguirmos convencer todos os convidados de que tínhamos de seguir o nosso caminho. "Caminho que começa com Noite e termina com de Núpcias", foram as palavras de meu irmão. Mas, antes disso, fui praticamente obrigada a jogar o buquê; Cassie o pegou, depois é claro de quase ter matado Caleb por ter se enfiado no meio das outras mulheres e pegado o mesmo primeiro. Dei graças a Deus quando finalmente estava dentro de um carro quentinho. Observei Joe entrar também e todas as pessoas do lado de fora se despediram com aplausos, gritos e comentários maliciosos, alguns do tipo "É hoje!". Ri de leve enquanto dava um último aceno a todos e Joe já colocara o carro em movimento. 
Para onde iríamos? Só ele sabia. 
Mais uma surpresa, mais uma no meio de todas aquelas surpresas boas e ruins; assustadoras e emocionantes, todas misturadas. Depois de um tempo, acabei me perdendo encarando o perfil de meu marido que estava sério, com os olhos atentos nas ruas escuras. 
- Nunca mais passo esse negócio no cabelo! - ele resmungou, bagunçando os fios e virando o rosto em minha direção. Incomodei-me com aqueles olhos verdes analisando desde o meu rosto até todo o resto do meu corpo, que estava totalmente jogado no banco do carro. 
- Olhe para a estrada, Joe. - apontei para o vidro do carro. - Quero continuar a te admirar sem que você esteja me olhando. - ele riu e deu de ombros, voltando o olhar para o lugar de antes. E aquela foi a desculpa para esconder o medo que deveria estar estampado em meu rosto. 

- O que aconteceu? - quando já estávamos longe de qualquer tipo de civilização, ouvi Joseph xingar um palavrão baixo e verificar rapidamente o painel do carro. Olhei pela janela e tudo que conseguia ver eram enormes árvores, uma estrada completamente deserta e pequenas luzes vindas de longe. Estávamos isolados! 
- Não sei o que deu nesse carro! - ele deu um soco de leve no volante. - Qual é o seu problema? Quer estragar a noite que planejei com minha mulher? - falava com uma voz alterada para o painel, e eu comecei a rir, não acreditando no que ele estava fazendo. Ele me acompanhou nas gargalhadas e depois suspirou. 
- Onde estamos? Você quer passar a noite no meio do mato? - abri levemente a boca, demonstrando surpresa. 
- Não Demetria, não quero passar a noite no meio do mato. Está vendo alí? - Joe apontou para aquelas pequenas luzes que eu tinha visto antes. - É lá que deveríamos estar. - logo saiu do carro e deu a volta, abrindo a porta para que eu saísse também. - Me dá a honra dessa caminhada? 
- Ir andando até lá nessa estrada escura? Você é maluco! - balancei a cabeça negativamente e mesmo assim acabei cedendo e saindo do veículo. Pegamos a minha pequena mala no porta-malas e começamos a caminhar. A saia do vestido dançava junto com o vento, e eu tentava andar como um ser humano normal, apesar dos saltos e daquela cauda tentada a enroscar em um de meus sapatos. 
- Essa é a coisa mais romântica que já aconteceu na minha vida. - ironizei. Joseph levantou as sobrancelhas e diminuiu seu ritmo, pois eu não estava conseguindo andar na mesma velocidade que ele; um mero homem que não precisava sofrer devido a saltos altos. 
As árvores que nos cercavam eram todas iguais, o silêncio tão profundo que só conseguia ser interrompido pelos meus sapatos contra o asfalto e a respiração regular de Joe. 
- Você está com seu marido, seria romântico até em um cemitério. - quase tomei a mala que segurava e bati nele com a mesma. Joseph ele soltou uma risada gostosa de ouvir e parou no meio do caminho, ficando na minha frente. A escuridão quase total deixou seus olhos mais brilhantes. Se é que aquilo era possível no momento. 
- O que foi? Pretende me assustador ou... 
- Tudo está tão silencioso, não acha? - ter alguém mais alto que eu, de preto, em um lugar meio sombrio e para completar me encarando daquele jeito tenso fez com que um calafrio percorresse meu corpo. Mesmo sendo meu marido. Ele virou o pescoço e depois voltou a sustentar meu olhar, mudando de direção e encarando algo atrás de nós. - Demi... - os olhos dele se arregalaram e eu poderia jurar que Joseph assumiu uma posição defensiva. 
- Não me assuste, Joseph! 
Demi... Corre... - deu um passo para trás e voltou a me olhar. - Corre! 
- O quê? 
- Michael Myers está bem atrás de nós! - e antes que eu pudesse demonstrar alguma reação, ele deu a mala para que eu a segurasse e me pegou no colo de um jeito meio desengonçado, que me fez gritar e olhar para trás. Não tinha nada. Joseph disparou a correr, mesmo com o peso do meu corpo. Corria sem parar, ria feito uma criança. 
- Você não é engraçado, sabia? - me segurei para não gritar e tentei me segurar de algum jeito nele. Logo levantei meu olhar e percebi que havíamos chegado até o endereço de todas aquelas luzes; era uma casa toda de tijolinhos decorados em tons de marrom. O pequeno jardim ao redor era repleto de tulipas exatamente iguais as do meu buquê. 
- Quando se é sexy, não há necessidade de ser engraçado. - ele colocou-me no chão e roubou um selinho. - Você consegue entreter as pessoas... Digo, a pessoa - apontou para mim. - com centenas de coisas melhores. - roubou a mala de minhas mãos e a colocou no chão, agarrando minha cintura e apenas roçando nossos lábios. 
- Será que depois de toda essa brilhante explicação podemos entrar? Estou morrendo de frio! E olha só o estado em que me encontro... - apontei para o vestido todo amassado. 
- O que você tem? - recebi um olhar de desconfiança. - E não se preocupe, essa é a visão mais bagunçada e sexy da minha vida! - tomei fôlego e o puxei pela gravata que estava solta em seu pescoço, tirando a mesma de Joseph e colocando-a em meu pescoço.
- Estou com saudades de você... - dei ênfase no "você" e ele logo entendeu. O olhar que recebi em seguida revelou todos os seus planos, todas as suas vontades e eu me senti aquecida de novo. Era quase como se eu pudesse esquecer tudo que me atormentava. Por um tempo eu conseguiria esse feito, conseguiria por ele. 
Joe abriu a delicada porta de madeira e colocou a mala para dentro, vindo para me buscar em seguida. 
- Me acompanha, senhora Jonas? 
- Até o inferno se você quiser. 
- Eu imaginei que seria quente, mas nem tanto... - parou para refletir por alguns segundos e depois sorriu, nos colocando para dentro daquela linda casa. Observei a escada de madeira, uma pequena sala de estar e uma cozinha mais a frente. 
- Essa casa é sua? - perguntei, encantada com tudo. 
- Digamos que sim... - ele tirou a gravata de meu pescoço e a jogou em um dos sofás, pegou a mala e me chamou para subirmos. Senti aquela tão conhecida sensação de ansiedade e deixei que ele me guiasse até o andar de cima. Eram apenas dois quartos - um deles com suíte - e um banheiro na porta ao lado. Joseph abriu uma das portas e colocou a mala em um canto. Na verdade eu nem sabia direito o motivo daquela mala estar circulando entre nós, talvez porque eu realmente precisava trazer algumas coisinhas para aquela noite. Aquela noite só nossa. 
As velas de sempre estavam lá, a cama ocupava quase todo o pequeno e aconchegante quarto e uma música leve e envolvente saia de dentro de um aparelho de som em uma mesinha de madeira. Na mesinha eu também conseguia identificar um objeto de prata com algumas garrafas de champanhe dentro, praticamente cobertas por cubos de gelo. Um espelho estava bem de frente para a cama, ele era de corpo inteiro e ficava bem no centro do quarto. Minha primeira reação foi a curiosidade. 
- Por que um espelho bem na frente da cama? - o questionei, vendo Joseph morder o lábio inferir e mexer nos botões da camisa. 
- Acho que pode ser interessante, Demi. 
Concordei com a cabeça e me aproximei dele para beijar seus lábios, tudo que eu queria naquele momento era sentir seu gosto; aquele gosto tão quente e delicioso. Deixei sua língua invadir minha boca daquela maneira tão feroz, fazendo com que a minha tentasse travar uma guerra com a sua. Senti suas mãos se fixarem no zíper do vestido e tratei de aproximar nossas regiões pélvicas. Senti minha intimidade se manifestar assim que certo volume foi notado dentro das calças dele. Puxei seu cabelo com um pouco mais de força e parti nosso beijo, o empurrando até a cama. Ele me olhou com intensidade, respiração falha, cabelo totalmente bagunçado e uma camisa que estava a meio caminho de ser totalmente aberta. Caminhei até o canto do quarto e peguei minha preciosa mala, andando com passos lentos até o banheiro, sustentando nosso contato visual. Depois de receber um último olhar que fez um arrepio correr pela minha espinha, tranquei a porta e encostei-me à parede. Soltei a mala e observei o banheiro que era bem claro. Puxei o delicado prendedor vermelho que mantinha o meu coque bagunçado preso e caminhei até o espelho; observei enquanto aqueles vários cachos caiam pelos meus ombros e costas, encarando minha imagem em seguida. 
Eu ainda não queria acreditar no que estava acontecendo, não queria sentir aquele medo que quase chegava ao ponto de me congelar quando a lembrança de Cameron caminhando tão decidido vinha em minha memória. Eu estava casada com Joseph, eu seria feliz com ele; Joseph me amava, eu o amava também. Não diziam que o amor movia o mundo? Se isso era verdade, então por que ele não conseguia levar aquela sensação horrível embora? 
Puxei o fecho do vestido para baixo e logo o senti deixar meu corpo aos poucos. Com um pouco de dificuldade, consegui me livrar de todo aquele tecido vermelho e o coloquei dobrado - embolado, no caso - no chão branco. Ajeitei as pequenas alças de minha calcinha vermelha e fui até a mala. Tirei de lá aquilo que contribuiria para Joseph não me largar a noite inteira, e eu queria que ele o fizesse mesmo; queria que ele me obrigasse a esquecer de tudo; levasse aquele medo embora e me preenchesse com as mais maravilhosas sensações que seu corpo era capaz de me proporcionar. Arrancasse de mim aquele peso, dando-me em troca o mais profundo prazer. 
Já vestida com aquela peça sensual, dei outra checada em minha aparência no espelho e respirei fundo. 
- Faça-o te desejar como nunca antes, faça-o mandar essa sensação ridícula para o inferno. Você sabe que ele pode! - encarei meu reflexo como se ele fosse realmente uma pessoa a minha frente e fechei os olhos. Tudo ficaria bem de novo, o passado estava morto e não voltaria como uma espécie de zumbi destinado a acabar com todos pela sua frente. Porém, por via das dúvidas, eu me encarregaria de fazer com que aquela noite fosse lembrada. Poderia ser a última com recordações boas. 
Assim que abri a porta do banheiro, minha audição foi tomada por aquela música. O cheiro do perfume masculino estava fraco no ambiente, mas não passava despercebido. Joseph encarava o chão e foi levantando o rosto lentamente, até que sua visão congelou em meu corpo. Não sabia explicar muito bem como fora a sua reação. Ele estava sentado na cama, com a camisa aberta, uma fina camada de suor na testa e um olhar que pegava fogo. Sorri cúmplice, sem mostrar os dentes e me sentei ao seu lado na cama. 
- Olha o que você vai fazer comigo, mulher... - dito isso, ele arrancou a camisa do corpo e me puxou pela nuca. Senti seus lábios tocarem meu pescoço e colo, uma mão posicionada em minha coxa descoberta e a outra já brincava com o pequeno laço abaixo do decote da camisola. - Não sei se vou me recuperar depois de hoje. - conti um gemido quando seus dedos ágeis tocaram minha intimidade ainda coberta pelo tecido da calcinha. A excitação começava a dar sinais, sinais bem claros. 
- Não pretendo te matar por excesso de esforço físico... - aquela frase pareceu idiota, mas dita em tom baixo e sexy fez com que ele fechasse os olhos e puxasse uma das alças da calcinha para baixo. - Não ainda. - sorri, observando ele colocar as duas mãos em minha cintura. Ambos estávamos ajoelhados na cama, ele se curvou um pouco e começou a beijar o pouco que estava descoberto de meus seios; seus dentes seguraram o laço com força e ele começou a puxá-lo, mantendo o contato visual comigo. Senti um leve arrepio assim que o tecido cedeu e meus seios ficaram a mostra. 
Não era mais o momento certo para prestar atenção em detalhes, então, sem que eu percebesse como, ele já havia se desfeito daquela peça e eu me encontrava só com a calcinha que estrategicamente entregava minha intimidade. Rapidamente Joseph se livrou de suas roupas e ficou apenas com a boxer preta. Suas mãos envolveram meus seios e ele parecia deliciar-se com o toque dos mamilos eretos na palma de suas mãos. Procurei por seus lábios, mantendo os olhos fechados e agarrei seus cabelos com força, começando outra guerra entre nossas línguas. Deitou-me por cima dele - sem interromper nosso beijo - e escorregou as mãos até meus quadris, os impulsionando para baixo. Deixei um gemido escapar entre o beijo ao sentir seu membro completamente ereto roçar em minha intimidade. Suas mãos empalmaram minhas nádegas e continuaram com aquele movimento. O beijo atingiu uma intensidade máxima, até que ele mordeu meu lábio inferior com força e desceu os lábios, dando uma leve chupada em meu queixo. Eu poderia gozar com o movimento que estávamos fazendo, nem seria necessária uma penetração. Movimentei meus quadris e rebolei lentamente, arrancando um som prazeroso da garganta dele. Seu olhar brilhou como nunca e ele fez com que eu me levantasse, o ajudei a tirar minha calcinha e sua boxer enquanto só conseguíamos respirar ofegantes e procurar por mais contato corporal. Suas mãos fortes e grandes fizeram meu corpo se virar, e então eu dei de cara com nosso reflexo no espelho. Joseph deu um sorriso aberto, seus dentes perfeitos roubavam toda a atenção naquele reflexo e me surpreendeu quando suas mãos já estavam em meus seios, começando a massageá-los, fazendo movimentos circulares com os dedos. Grunhi, não sabendo se ainda aguentaria aquele formigamento em minha vagina e então decidi provocá-lo mais. Seu membro duro encontrava-se com meus glúteos, e eu levei sua mão esquerda até meu quadril, que logo o puxou para trás. Nosso contato visual era feito através do reflexo do espelho e confesso que ter aquela visão só me deixava ainda mais excitada, se é que isso era possível. 
Joe... - pedi, observando sua mão largar meu seio e escorregar por minha barriga, fazendo-me contraí-la. Não demorou muito até que seus dedos brincassem com meu clitóris, eu não conseguiria terminar meu pedido sendo estimulada daquela maneira. Meu Deus, como era bom! Ele estava com o queixo apoiado em meu ombro e então senti dois dedos me penetrarem sem aviso prévio. -Joseph... Eu não... - gemi, acompanhando a mão que me masturbava e a outra que abraçava meu busto. Ele me segurava de um jeito possessivo, fazia aquilo simplesmente para ter o controle da situação, e eu não me importava em ser a súdita. - Eu não sei se consigo aguentar mais... - arfei, tocando um de meus seios e o segurando com força. 
- Eu sabia que esse espelho só tornaria tudo ainda melhor. - sua voz rouca e falha falou perto do meu ouvido. Em um movimento súbito, ele me largou e na velocidade da luz pegou um preservativo que estava na mesinha de madeira, colocou na mesma velocidade intensa e voltou a se aproximar. Joguei meus cabelos para um lado, deixando a região do pescoço/ombros livre, ele logo começou a beijar por ali e segurou minha cintura de novo; aquela velha paixão que ele possuía. Senti meu corpo ser puxado para baixo e logo sua glande roçou em minha entrada. Eu estava sentada em seu colo, minhas costas encostadas em seu peitoral. Gemi alto de prazer quando a glande por fim já estava dentro de mim, e logo toda a extensão de seu membro fez o mesmo. Em um movimento ainda lento ele controlou os movimentos do meu quadril e tirou seu pênis praticamente por completo, soltei o ar e esperei pelo momento em que ele começou a me penetrar de novo com cada vez mais força; foi seguindo aqueles mesmos movimentos até que as estocadas já eram fortes o bastante para fazer com que gritos de prazer escapassem com a maior falicidade do mundo de minha garganta. Joseph não mediria esforços para me satisfazer e para enlouquecer-me aquela noite; parecia que ele estava obcecado pelo meu prazer. Eu rebolava enquanto sentia seu membro pulsar dentro de mim e suas mãos desfrutavam sem restrição de todo o meu corpo. Ele apertou minhas coxas de uma maneira que poderia deixá-las marcadas e depois começou a me provocar com leves carícias em meu clitóris novamente. Manteve a penetração e aquele estímulo enquanto eu conseguia ouvir seus gemidos roucos e satisfeitos. Eu nunca o tinha visto daquela maneira tão... Feroz. Era completamente e insanamente a experiência mais orgástica da minha vida. 
- Não pare! - pedi com as forças que ainda tinha, enquanto ele esticava uma das mãos para pegar alguma coisa na mesinha. Fechei meus olhos e senti todo o meu corpo se arrepiar quando um cubo de gelo começou a deslizar pela minha barriga. Ao sentir o gelo frio em minha pele, segurei no lençol da cama com força. Joseph fazia meu corpo subir e descer com as mãos sempre firmes em meus quadris, mãos que controlavam os movimentos do meu corpo. 
- Será que isso consegue levar esse calor todo embora? - ele sussurrou em minha orelha, depois levou o gelo até minha boca; senti meus lábios congelarem e depois ficarem dormentes. Neguei com a cabeça, concentrada demais no tesão que dominava meu corpo. 
- Isso... - ele gemeu e fez com que seu pênis saísse totalmente de dentro de mim. Completamente desnorteada, só voltei a prestar atenção nas coisas ao meu redor quando ele já tinha virado meu corpo - dessa vez eu estava de frente para ele, mas ainda em seu colo - e me penetrou de novo, com força, rapidez, sem aviso. Senti a força que ele depositava nas mãos ao segurar minhas nádegas. O suor escorria por nossos corpos, se misturava e se tornava um só. Eu estava maravilhada com aquela quantidade de prazer que estava sentido, o que conseguiu ficar ainda maior quando ele abocanhou um de meus seios e começou a chupá-lo. Segundos depois Joe me encarou, afastando alguns fios de cabelo que se grudavam em meu rosto e falou de uma vez: 
- Eu espero não te machucar Demetria, mas eu preciso disso! - recebi uma última estocada; a mais forte e poderosa de todas. Joseph me segurou com tanta voracidade que aquela sensação ficaria por horas em meu corpo; bastava eu fechar os olhos e conseguiria senti-la perfeitamente. Não aguentei e gozei no mesmo instante. O orgasmo provocou aquela divina sensação que foi se espelhando por todo o meu corpo, fazendo um sorriso satisfeito escapar por meus lábios. Era como estar no paraíso, era como se tudo realmente tivesse sumido. O mundo do lado de fora daquele quarto poderia explodir, eu pouco me importava. Meu marido também atingiu seu ponto máximo, mas continuou brincando com o gelo pelo meu corpo suado e ainda contraído. Inclinei meu pescoço e depois nossos lábios se tocaram, em um movimento sem jeito eu tomei o gelo quase totalmente derretido de suas mãos e o passei por seus lábios rosados. 
- Hospital... Me leve para o hospital... - brinquei, totalmente sem fôlego. Encostei nossas testas e senti meus batimentos cardíacos completamente enlouquecidos. 
- Eu poderia morrer depois disso. - os olhos dele se fecharam com força e, ainda me segurando, ele foi deitando o corpo na cama, levando o meu junto. 
- Quando eu conseguir respirar direito, penso em uma resposta. 
- Não preciso de mais respostas, Demetria. Já consegui as que queria. - me soltei de seu abraço, e fui para o outro lado da cama, esticando o corpo e sentindo a musculatura de minhas pernas reclamar um pouco. Puxei o lençol e cobri meu corpo, encarando um ponto qualquer do quarto. Absorvendo ainda aquele efeito extasiante que Joseph provocou em meu corpo. 

Vários minutos se passaram e cada um ocupava um lado da cama. Os lençóis brancos completamente bagunçados cobriam só as partes necessárias de nossos corpos. Eu aproveitava enquanto os últimos fragmentos daquele orgasmo ainda davam sinais de vida pelo meu corpo e já conseguia sentir minha respiração se regularizar. Senti a mão de Joe tocar na minha, que estava esticada ao lado dele e virei meu rosto, encontrando seus lindos olhos verdes. Ficamos nos encarando por cerca de cinco segundos, até que, ao mesmo tempo, tivemos um acesso de risos sem explicação. 
- Do que está rindo? - Joe veio para mais perto e apoiou o cotovelo na cama, ficando deitado de lado. 
- Nós ainda vamos causar um grande estrago... - eu disse de uma maneira arrastada, encarando o teto, enquanto seus dedos passeavam pelo lençol que cobria meus seios. Ele mudou de posição e levantou um pouco o corpo, pegou um cubo de gelo no mesmo lugar de antes e voltou a ficar do meu lado. Assistia-o passar o cubo pelos lábios e em seguida passá-lo pelos meus também. A sensação gelada ainda me causava arrepios e eu não acreditava que ele ainda continuava com aquelas provocações. 
- Temos gelo o suficiente para mais umas cinco vocês! - ele disse sério, maroto, e eu o olhei incrédula. - E esquecemos de tomar o champanhe, que pena! - com tudo aquilo acontecendo no quarto, quem se lembraria de uma mísera garrafa de champanhe? 
Seus lábios gelados tocaram os meus, fazendo apenas provocações com a língua e evitando começar algo mais intenso, envolvi minhas mãos em seu pescoço e o obriguei a ficar em cima de mim. Eu tinha algum tipo de problema, pois minhas mãos não conseguiam se soltar dos cabelos dele; eu precisava puxá-los e bagunçá-los, ainda bem que isso parecia sempre agradar Joseph. 
- Por que você não guarda um pouco dessa empolgação para Dubai? - mal podia esperar pela nossa lua de mel. Ela só aconteceria no final do ano, e é claro que havia uma explicação para isso: Decidimos que outubro não era uma época muito boa para viagens daquele tipo, já que Joseph tinha trabalho na empresa e negócios a acertar; tecnicamente eu estava no mesmo barco, pois mantinha a posição de secretária. Então, dezembro seria a época perfeita para aquela viagem que já planejávamos há meses. 
Demi, eu estava pensando... Você não quer mesmo ir para Dubai agora? - ele falava baixo, como se fosse um segredo. - Posso mexer uns pauzinhos e conseguir mudar a data, você sabe. - seria bom, seria ótimo poder fugir de Londres e escapar dos acontecimentos que eu não tinha a mínima ideia de como seriam. Mas... 
- Não, tudo bem; vamos em dezembro, será melhor! - afirmei e ele concordou com a cabeça, convencido. Joe deitou a cabeça em meu peito e ficou fazendo movimentos circulares em uma de minhas coxas descobertas. Ele ficou mudo, sem mover um músculo; mas eu sabia que não estava dormindo, parecia que refletia sobre algo. 
- Posso te perguntar uma coisa? - senti alívio quando aquele silêncio foi quebrado e respondi com um "Uhum!". - Eu estava pensando Demi, não sei se quero continuar com a Empire... - Joseph levantou o tronco e ficou de um jeito que podia me encarar nos olhos. Fiquei séria, prestando atenção e balançando a cabeça positivamente, indicando que ele poderia continuar a falar. - Estou nisso há algum tempo e, sinceramente, cada dia que passa chego à conclusão de que não quero essa vida. - ele franziu o cenho e seus lábios formaram uma linha reta. Pensei por alguns minutos e consegui me sentir mal; então ele não estava contente com o que fazia e mesmo assim não abriu mão de nada, não se importou com a sua satisfação própria. - Aquela empresa, aqueles hotéis... Tudo aquilo só me trouxe uma coisa boa, e agora essa coisa já é minha, então não vejo motivos para continuar mantendo o que não me agrada. - sorri de imediato com aquelas palavras e lhe olhei com cumplicidade, demonstrando que eu o apoiaria de qualquer jeito. 
- Faça o que vai te fazer feliz, as consequências não importam. 
- Mas eu preciso falar com Jared antes, será que ele se importaria? Digo, eu acertaria tudo, financeiramente falando. Ele não teria prejuízos. E conheço vários compradores que pagariam muito bem pela Empire e os três hotéis. 
- Jared vai te apoiar. 
- Sim, acho que vai. 
- Se você soubesse como fica lindo falando de negócios, com toda essa seriedade... - soltei um risinho e ele me acompanhou, passando as mãos geladas e molhadas devido ao gelo derretido em minha barriga. Lançou um olhar sapeca. 
- Tive uma ideia! - Joe se sentou na cama e puxou o lençol para cobrir de sua cintura para baixo. O observei com uma sobrancelha levantada, esperando a brilhante ideia ser compartilhada. 
- Vamos fazer um top 5
- Top 5? - não precisei pensar muito para entender do que se tratava. Meu marido não mudaria, nunca. 
- É digno, não é? Nós já passamos por tantas aventuras... - ele levantou as duas sobrancelhas e sua expressão me fez gargalhar. 
- Certo, e por onde começamos? 
- Posição número cinco... - ele colocou a mão no queixo e ficou pensativo. - Demetria, me ajude! 
- Quais são os requisitos? 
- Preciso mesmo responder essa pergunta, garota do mar? - arregalei meus olhos e tapei minha boca ao ouvir aquilo. Lembrava-me muito bem das coisas que fizemos naquela praia da Riviera Francesa. E ele sempre dava um jeito de me chamar por aquele apelido. - Mas essa não será a número cinco, de maneira nenhuma. A posição número cinco pode ser aquela... - eu simplesmente odiava quandoJoseph parava de falar e me encarava como se eu tivesse que arrancar as palavras de sua boca. - No hotel... Los Angeles... Você se lembra. - acho que era porque ele não gostava muito de reviver aquelas coisas. - Uma das poucas cenas que eu gosto de recordar. 
- Chave? Desejos secretos? - deixei aquelas palavras em forma de pergunta soltas no ar, e ele balançou a cabeça de forma afirmativa. 
- Foi bom. 
- Muito! - sibilou. 
- Certo, posição número quatro... - ficamos pensativos por um tempo, até que nossos olhares se encontraram e apenas com aquilo já sabíamos o que ambos responderiam. - Carro do Jared. 
- Carro. Do. Jared. - ele disse pausadamente e tivemos um ataque de risos, feito dois malucos. - Ele nunca descobriu. 
- Sorte a nossa! - ainda bem que Jared tinha seus momentos distraídos e nunca chegou a notar que algo mais "emocionante" havia acontecido em seu carro na noite do aniversário de Cassie. Bons tempos. 
- Posição número três... - Joe fez uma voz diferente e engraçada, parecia imitar um daqueles apresentadores de televisão. 
- Essa é fácil... Você sabe. 
- Praia. - a malicia estampou seu olhar e eu concordei com a cabeça, fechando os olhos e suspirando. A história daquela noite na praia era uma das mais engraçadas e embaraçosas de se contar. Deixamos o desejo nos dominar completamente bem na beira do mar, sem condições de nos locomover para um lugar mais reservado; acabamos transando ali mesmo. Nossa sorte foi que essa praia até certo ponto era bem reservada e ninguém nos assistiu. Mas, quando você faz coisas em lugares impróprios, acaba arcando com as consequências... 
- Aquela foi a noite mais molhada da minha vida! - ouvi a voz de Joseph dizer aos risos. Durante nosso momento, uma onda de tamanho razoável se chocou com nossos corpos em atividade... Foi engraçado e, como Joe mesmo disse: Molhado. Bem molhado. 
- Posição número dois... Veja só, está acabando! 
- Pergunte ao espelho. - ele apontou para o espelho que era a única testemunha dos acontecimentos daquela noite. 
- Oh, tenho certeza de qual seria a resposta dele. - eu enrolava uma ponta de cabelo nos dedos, mordendo os lábios. - E em primeiro lugar? - assim que perguntei aquilo, ele segurou meus braços e puxou meu corpo para cima, fazendo-me levantar. Posicionou-me em seu colo e se livrou do lençol que nos envolvia. Trocamos olhares carregados de emoções e então ele puxou levemente os cabelos de minha nuca. 
- Em primeiro lugar vai ficar o que está prestes a acontecer. - meu corpo respondeu muito bem àquelas palavras e o mesmo olhar devorador de antes tomou conta de Joseph. Em poucos minutos eu já me sentia pronta para ele de novo. - A noite é uma criança, senhora Jonas. 
- E aparentemente você quer fazer uma! - recebi um sorriso totalmente aberto em resposta antes do quarto "pegar fogo" novamente. 


Cameron's P.O.V

A imagem de Demetria naquele maldito vestido vermelho era a única coisa que minha mente fazia questão de reproduzir. Eu tinha conseguido assustá-la, isso era mais do que óbvio. Aquele realmente era o objetivo, eu tinha que fazê-la perceber que eu estava de volta, estava de volta para brigar. Não desistiria de meus planos tão facilmente, não abandonaria aquela guerra antes de ter pelo menos algumas batalhas vencidas; antes de mostrar a Jonas que o controle não estava nas mãos dele. E nunca iria estar. 
Pela janela eu observava distraído as luzes da noite de Londres, ignorava aqueles risinhos e o barulho de taças sendo chocadas umas nas outras. Estar dentro de um apartamento com Carter e duas mulheres era o que eu menos queria aquela noite. 
Cameron! - ouvi a voz de meu amigo me chamar, carregada por uma embriaguez que já não me surpreendia. Olhei para ele, e percebi que as duas mulheres que estavam sentadas ao seu lado, em um sofá a poucos metros de distância de mim, sorriram maliciosas. - Venha, beba com a gente! - rolei os olhos e voltei a observar o mesmo ponto de antes. Era raiva que eu estava sentindo, raiva que se misturava com o desejo que eu tinha de possuir aquela mulher. Não suportava imaginar que naquele mesmo momento eram as mãos de Jonas que estavam a tocar o corpo dela, e não as minhas. Aquele corpo que fora meu uma vez, uma única vez. Era algo mais forte do que eu, era algo que eu simplesmente não sabia o motivo de ter deixado adormecido por tanto tempo. Lembrava-me com total clareza do dia em que ela acordou e disse que eu deveria ir embora, de como obedeci sem objeções. Queria poder voltar no tempo e dizer que não seria possível atender aquele pedido, mas me arrepender do que deixei de fazer não valia de nada... 
- Não consegue tirar a senhora Jonas da cabeça? - soltei o ar pesadamente quando percebi que Carter estava ao meu lado, fumando seu cigarro com tanta vontade. - Acha que a assustou? 
- Não acho, tenho certeza. 
- Isso é muito bom! - ele sorriu e soltou a fumaça. Bati a janela com força e me desviei dele ao sentir aquele maldito cheiro de cigarro incomodar meu olfato. 
- Tire essa porra daqui! - falei, sentando-me em um sofá longe o suficiente daquelas duas vadias que me assistiam como se eu fosse a atração de um show. Inclinei meu corpo, encostando os cotovelos em minhas coxas e puxei o cabelo para trás com os dedos, totalmente tenso. 
- Você quer tanto a Demetria... - Carter continuava parado na janela, me observando e levantando um dos cantos da boca, lançando aquele olhar que era sua marca registrada. Ele era completamente insano, completamente fora de si. Não media consequências, não se importava em fazer mal a pessoas alheias; conseguia sempre o que queria, pisando em quem fosse necessário. - E ela vai ser sua, meu amigo. 
- Vai? - tudo que consegui pronunciar foi aquela pergunta em um tom que deve ter me feito parecer um desesperado. 
- Prometo a você. - ele se aproximou com passos largos e apagou o cigarro em um cinzeiro perto do sofá. - E quanto ao Joseph... - levou a própria mão até a altura da cabeça e apontou o dedo indicador para baixo, fez um movimento que indicava "Vou afundá-lo." e devagar abaixou o braço. Soltou uma risada alta e eu conseguia sentir a sede de vingança escapando do seu corpo, era quase uma coisa tocável. Carter odiava Joseph, odiava bem mais do que eu o odiava. Era um ódio doentio, daquele que só acabaria quando o corpo do mesmo caísse frio sob seus pés. 
- Esperamos demais, deixamos as coisas ficarem calmas demais, certas demais e... - ele me cortou. 
- Relaxe, seu idiota! - mais uma risada que me irritou. - Deixe-o acreditar com toda a inocência do mundo que tirou a sorte grande. - tentei acompanhar seu raciocínio. - E então nós mostraremos a ele que quando se tem um azar tão grande, nenhuma sorte vai adiantar. - sorri, fingindo, apenas para fazê-lo pensar que eu concordava com aquilo e pronto; mas em minha mente as coisas eram bem mais complicadas. As vontades obscuras e o medo que eu tinha necessitavam ser o foco de meus pensamentos. 
- Espero que seja como você disse. 
- Vai ser, meu caro. Temos uma amizade de tanto tempo... - ele fingia estar emocionado com aquele fato. - Nunca quebraria uma promessa feita a você. 
- Ok. 
- Eu posso chegar a coisas extremas Wolfe, você sabe disso. Não vou deixar aquele desgraçado em paz até que ele venha de quatro me implorar por misericórdia. 
- Não consigo imaginar Joseph Jonas de quatro, você consegue? - ri com escárnio. 
- Consigo imaginar ele morto. - seus olhos brilharam, mas logo ele voltou a postura calma de antes e se dirigiu até as duas que permaneciam feito duas bonecas infláveis do outro lado da sala. - Senhoritas, gostariam de acompanhar-me até meu humilde quarto? - ambas se levantaram rapidamente e cada uma agarrou um braço de Carter, os três me olharam, esperando algum tipo de reação de minha parte. 
- Feche a droga da porta! - praticamente gritei, sentindo náuseas só de imaginar ouvir qualquer tipo de sexo a três vindo daquele quarto. Carter bateu uma continência e sumiu de minha visão. 
Eu queria Demetria comigo, queria ela só para mim; naquele momento e em todos os outros. Pouco me importava todo aquele tempo que havia se passado. 
A vodka descendo pela minha garganta e queimando-a foi a última sensação que senti antes de me dar por vencido e apagar no sofá. 

/Cameron's P.O.V

No dia seguinte...

Abri os olhos, sentindo-os irritados devido à claridade do sol que entrava pela janela. Deitei-me de barriga para cima - já que estava deitada de bruços - e espreguicei-me. Ao ocupar todo o meio da cama, percebi que faltava algo ali. Encarei um pequeno relógio perto da cama. Desde quando Joseph acordava antes da onze sem motivos? 
Me sentei na cama e esfreguei os olhos, observando o chão e encontrando as provas da noite anterior. Sorri com lembranças e tratei de me levantar, pegando uma camisa branca cumprida e uma calcinha em minha mala e indo até o banheiro para tomar um banho rápido. 
Finalizei a ducha e coloquei aquelas duas peças de roupa, deixando o cabelo para secar ao natural, apenas passando um pente pelos fios completamente embaraços. Não me espantava aquela situação, meu cabelo foi usado demais na noite anterior pelas mãos de meu marido. Assim que voltei ao quarto, um cheiro doce me fez caminhar até a porta. Quando a abri, ouvi uma melodia dançante vinda do andar de baixo. Sorri e ajeitei meus cabelos com os dedos, abrindo o primeiro botão da camisa e fazendo o pequeno trajeto até o andar de baixo. 
Assim que dei de cara com os pequenos sofás da salinha, meus olhos procuraram a cozinha e eu caminhei rápido até a mesma. Diminui meus movimentos ao ponto de nem eu mesma conseguir ouvi-los e cuidadosamente encostei-me à parede da entrada da cozinha, cruzei os braços e observei aquela cena... 
Dirty babe, You see these shackles? Baby I'm your slave. I'll let you whip me if I misbehave... Joe cantarolava Sexyback do Justin Timberlake enquanto mexia os quadris no rítmo da música. Usava apenas uma boxer branca. Branca. B-r-a-n-c-a. Senti um leve cheiro de perfume também, então deduzi que ele também já tinha tomado seu banho. 
- Olha, é muito bom saber disso! - eu disse alto, vendo ele se assustador e virar o corpo subitamente. Foi até o rádio e abaixou a música, dando uma piscadinha para mim e voltando a fazer seja lá o que fazia. 
- Quem deixou você abaixar o volume? - caminhei confiante e passei por ele, dando um ligeiro tapinha em sua bunda. Assim que aumentei o volume novamente, cantarolei junto com Timberlake, indo até ele com passos rítmicos. - O que está fazendo? - apoiei as duas mãos na bancada e achei uma panela com chocolate derretido e uma bandeja com algumas panquecas. Feito uma criança arteira, roubei uma das panquecas antes que ele pudesse fazer alguma coisa e corri até o outro lado da bancada. 
- Ei garotinha, volte aqui, não está pronto ainda! - terminei de comer a massa doce e mandei um beijo no ar para ele. Peguei a colher e mexi delicadamente o chocolate que estava quente na panela. Deslizei meu dedo sobre o mesmo, pegando uma pequena quantidade. 
Joe! - o chamei, com a voz carregada de segundas intenções. - ele apenas me encarou sério e voltou a arrumar o resto das panquecas. Irritei-me com sua falta de atenção e fui até o mesmo, passando sem pudor o chocolate no canto de sua boca e soltando risinhos. Tentei correr mais uma vez, mas sua mão segurou meu braço com força e praticamente chocou meu corpo na bancada. 
- Você já recuperou suas energias, pelo que eu vejo... - seu cheiro másculo era tão convidativo que eu não me aguentei e afundei meu rosto na curva de seu pescoço, distribuindo beijos pelo local.Joseph colocou uma mão de cada lado de minha cintura, pegou impulso e me levantou; assim que me fez sentar na bancada, se encaixou no meio de minhas pernas e trouxe o chocolate para mais perto. 
- Eu conheço esse olhar. - provoquei. 
- Ontem tivemos uma noite quente e gelada ao mesmo tempo... - ele enfiou o dedo na panela e depois o levou até minha boca. A abri rapidamente e chupei seu dedo, apreciando o sabor doce. Chocolate e aquele homem em um mesmo lugar era um perigo. - Agora vamos ter uma manhã doce. - sorri, pegando a panela e banhando meus dedos com aquela delícia derretida. Ele me assistia sem piscar, como se já esperasse o que eu ia aprontar. Lentamente fui passando o chocolate por seus lábios, como se estivesse passando um batom. - Só mais um pouquinho aqui... - assim que terminei, parei um momento para encará-lo com os lábios pintados de marrom e soltei uma risada baixa. 
- O que você está... - não o deixei terminar, enlacei minhas pernas em seu corpo e com minhas duas mãos o puxei pena nuca, grudando nossos lábios. Assim que sua língua me deu a passagem, senti o gosto do chocolate se misturar com o dele. Tratei de não deixar que nenhum pouquinho do doce sobrasse por seus lábios e continuei a beijá-lo, indecisa com o que poderia ser melhor: Aquele beijo ou aquele doce. Ele apertou minhas coxas e depois enfiou uma das mãos por dentro de minha camisa, ainda com a língua passeando pela minha boca. Nos separamos e ele voltou com aquele mesmo joguinho que eu tinha feito, mas agora o chocolate era passado em meu decote que fora ainda mais exibido devido às mãos ágeis dele que antes tinham aberto boa parte dos botões. Fechei os olhos e mordi os lábios ao sentir o liquido cremoso entrar em contato com minha pele e a língua dele começar a trabalhar por ali. 
- Quero mais - falei baixinho. - chocolate! - ele logo parou o que estava fazendo e me olhou firme. Empalmou uma mão em cada lado da bancada e aproximou o rosto do meu, ao ponto de eu conseguir sentir sua respiração e seu hálito doce. Seus lábios ainda estavam avermelhados devido ao beijo. 
- Olha, estou começando a acreditar que você prefere o chocolate a mim... - ri com aquele ciúme bizarro. 
- É difícil escolher... 
- É uma pena que o chocolate não pode te causar o que eu posso! 
E lá estávamos nós; ele, eu e o chocolate; uma música sexy e a vontade de parar de falar e transformar qualquer palavra em uma significativa ação. Eu tinha tirado a sorte grande, ele era a minha sorte grande. 

Our time is running out...

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Sem comentario, sem fic ;-)